SOBRE A INOVAÇÃO
A palavra inovação tem sido muito utilizada e o tema bastante explorado pelos “gurus” da administração e pelos pesquisadores.
Um aspecto de consenso é que com a aceleração das inovações em produtos e, com a consequente redução do ciclo de vida destes produtos, a vantagem competitiva não pode mais estar focada em produtos e mercados, mas sim nos recursos, capacidades e competencias organizacionais que permitem um ambiente de renovação e de inovação. Que permitem a adaptação, ou quem sabe, a própria mudança do ambiente, com a criação de novos conceitos e mercados.
Gary Hamel tem defendido a inovação da gestão – management innovation. Segundo ele, a inovação da gestão é que gerou vantagem competitive para empresas como a Toyota e a GE. Para Hamel, a inovação da gestão está acima da inovação da estratégia.
Embora concorde que a inovação da gestão por intermédio de seus processos seja um elemento fundamental, é, a meu ver e de outros pesquisadores como Donald Hambrick, Vijay Govindarajan, e de certa forma, como interpreto as últimas ideias de CK Prahalad, um elemento consequente e concomitante a uma estratégia inovadora.
Entretanto, sem entrar profundamente nesta discussão anterior, gostaria de refletir sobre um elemento singular que é o papel de quem “lidera”o processo de mudança para a inovação. Neste caso, não quero e nem pretendo discorrer sobre as características do líder e da liderança, mas ressaltar o papel destes na renovação do rumo das organizações.
Em todos os casos que estudei, todos os exemplos que li em trabalhos e todas as experiências que vivenciei, a mudança foi motivada por um ou poucos que sempre estiveram no topo.
Em novos exemplos de empresas inovadoras, com gestão inovadora ou com estrategia inovadora, estão o Google e o Facebook. Será que as práticas existiriam se não fossem seus empreendedores?
Hamel comenta a cadeia de supermercados americana Whole Foods como uma empresa com um modelo de gestão inovador. Nesta, são os funcionários que promovem seus chefes imediatos. Mas de onde veio este insight? Foi uma iniciativa dos próprios funcionários? Mas quem apoiou?
Na minha experi6encia e observação pessoal, as empresas brasileiras que estudei e participei sempre foram reflexo dos que tomavam as decisões de rumo e com isto influenciavam todo o comportamento da organização.
No meu primeiro emprego, por exemplo, a empresa pela valorização da técnica e tecnologia buscava sempre trazer novas soluções para problemas de desgaste em empresas da area de cimento. Era sem dúvida um reflexo do presidente.
A Natura, empresa admirada por muitos brasileiros, é muito influenciada por seus fundadores em especial Antonio Luiz Seabra. A relação da empresa com as mulheres é reflexo de sua relação familiar, o empenho com produtos sustentáveis vem de valores que até hoje sustenta e que muitas vezes tem cerceado iniciativas de executivos. Por exemplo, a Natura não produz baton vermelho, carro chefe entre as mulheres, pois a material-prima não é sustentável. Tampouco produz hidratante com aroma pessego pelo mesmo motivo.
Assim, foi no caso da GOL ao mudar de certa forma a aviação aérea brasileira. Foi o caso do Spoleto, pelo menos nos primeiros anos de vida e, é o caso da Cacau Show.
A Apple, por tantos admirada, teve um período de estagnação durante o afastamente de Steve Jobs e um crescimento enorme com seu retorno. Inovou em produtos e canais.
O que quero dizer é que na base da inovação está alguém que direciona e com sua decisão garante recursos para que aconteça. O foco nas next practices e não nas best practices como apregoava Prahalad é fundamental. Equilibrar a eficiência e a eficácia no curto prazo, esquecer seletivamente o passado e trabalhar no futuro é importante como defende Vijay Govindarajan. Entretante existe sempre agluém ou alguns poucos liderando o processo que se desdobra por toda a orgabização.
Aí está um desafio da gestão!
sábado, 25 de junho de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)



Ficou legal! Precisa achar um url talvez fernandoserra.com ou .com.br e divulgar!
ResponderExcluirGrande abraço
Jorge