Eu posso dizer que sou um fã de Sherlock Holmes. Ler suas aventuras me levavam para dentro da história como se lá estivesse. Já nem consigo lembrar com que idade li o primeiro livro de Sherlock. Deve ser fruto da idade.
O que é fato, é que, como já se passou muito tempo desde que li e como gosto muito, ganhei um exemplar das obras completas de presente dos meus filhos. Além das recordações, vi que ao reler em outro momento de vida, interpretei de outra maneira e me levou a outros significados em relação a aspectos pessoais e profissionais.
Uma passagem do livro, logo no início, quando Sherlock Holmes e o Dr. Watson não se conheciam bem e moravam juntos há pouco tempo, me chamou atenção. Dr. Watson tenta compreender Sherlock e fica muito intrigado. Ele comenta de ter argumentado com Holmes que o sol era o centro do sistema e do detetive ter ficado surpreso. Questionado sobre não saber aquilo, Holmes disse que achou interessante e que faria o possível para esquecer. Watson antes de retrucar refletiu sobre os conhecimentos de Sherlock Holmes e seus limites.
1. Conhecimentos sobre Literatura NULO
2. Conhecimentos sobre Filosofia NULO
3. Conhecimentos sobre Astronomia NULO
4. Conhecimentos sobre Política FRACO
5. Conhecimentos sobre Botânica VARIÁVEL (beladona, ópio e venenos)
6. Conhecimentos sobre Geologia PRÁTICO (limitado às diferenças entre solos)
7. Conhecimentos sobre Química PROFUNDO
8. Conhecimentos sobre Anatomia PRECISO (mas específico)
9. Conhecimentos sobre Literatura Sensacionalista IMENSO
10. Habilidade com instrumentos TOCA BEM VIOLINO
11. Conhecimentos sobre Leis Inglesas PRÁTICO
Enfim, Watson questionou Holmes porque ele sabia algumas coisas profundamente e outras que todos deveriam saber não. Holmes respondeu:
"Eu considero que a mente humana é originalmente como um sotão vazio que você usa para estocar mobília de acordo com a sua escolha. Um tolo pega tudo de qualquer coisa, de forma que o conhecimento que poderia ser útil para ele fica amontoado, ou no máximo, misturado a um monte de outras coisas, o que torna difícil que coloque suas mãos nele. Mas o trabalhador hábil é cuidadoso com o que leva para o sotão do cérebro. Ele não terá nada, a não ser as ferramentas que possam ajudá-lo a fazer o seu trabalho, e dessas ele tem uma grande variedade, e todas na mais perfeita ordem.
É um erro pensar que um quarto pequeno tenha paredes elásticas e possa distender-se a qualquer tamanho. Dependendo disto, chega uma hora que para cada adição de conhecimento, você esquece alguma coisa que sabia antes. Isto é de grande importância, ou seja, não ter fatos inúteis acotovelando para fora os úteis."
Holmes disse que não adquiriria nenhum conhecimento que não fosse alinhado aos seus objetivos.
O que é interessante desta reflexão de Sherlock Holmes, independentemente de sua interpretação sobre o funcionamento da memória, é a reflexão que me trouxe sobre o significado da aprendizagem e sobre o foco na aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de competências em função de um objetivo claro.
E você? O que pensa disto?
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
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