sábado, 11 de agosto de 2012

"Coming Chaos" de Joichi Ito Diretor do MIT Media Lab - Parte 1


O mundo vai passar por mudanças relacionadas a tecnologia, sobretudo em relação à Internet, novos hardwares, etc. A inovação disruptiva que vem pela frente e seus efeitos sobre as pessoas, sociedade e organizações será imenso. Vale dizer que o efeito exponencial nas inovações e com a Internet estão sendo sentidos por muitas organizações, mas ainda nem chegaram perto do que pode ser. Estes efeitos serão parte do debate no Forum HSM Novas Fronteiras da Gestão que acontece agora em agosto.

Não existe uma definição exata para Coming Chaos, mas é um fato. As empresas e indústrias (setores) não estão preparados, embora alertas, para os novos efeitos de competição influenciados por fatores macro, como economia, população e meio-ambiente, tampouco para o efeito que as inovações tecnológicas trarão em combinação com estes fatores.

Por exemplo, se pensarmos no efeito de miniaturização, um chip poderá chegar ao tamanho de uma célula. Imagine o impacto sobre a longevidade das pessoas e o impacto consequente sobre as organizações de saúde, empresas seguradoras, na carreira dos profissionais da área de saúde, nas relações trabalhistas das empresas etc. Por exemplo, as teorias de base de administração e os trabalhos atuais ainda não conseguem mensurar e nem nos auxiliar em conselhos sobre o impacto da internet e das mídias sociais. Co-criação ainda está engatinhando e muda modelos de negócios profundamente.

Sem dúvida, existe uma diminuição de custo e acesso a novas possibilidades para múltiplas empresas. Por exemplo, hoje uma pequena empresa pode tornar-se global com a utilização de ferramentas diversas da Internet, em especial, com mídias sociais.

Sem dúvida o impacto é percebido. O problema maior para as empresas é que os modelos de negócio, de relações de trabalho e mesmo as leis não estão adequadas ao mundo de hoje e ao que vem pela frente. Se pudesse dar uma sugestão às empresas, diria de considerar inicialmente que se concentrem não somente em best practices, que é a grande pressão de curto prazo que têm, mas em prever next practices. Procurar compreender como vai ser o impacto sobre o negócio e consumidores, no seu planejamento para futuro.

Adicionalmente, é preciso entender que a Internet, novas mídias e novas tecnologias, não são um aspecto departamental, mas que permeia toda a empresa e que não pode estar restrito à TI, ao marketing, ou a um canal de venda. É algo que deve ser integrado, que afeta todas as vidas e sistemas do negócio.

Como exemplo, nesta semana usei o twitter para protestar de uma problema de uma empresa aéra. Em 8 minutos ela me seguiu e me abordou procurando saber do problema. Ou seja, bem feito até aí. A seguir me perguntou o que aconteceu e disse que estaria mediando o problema. Voltou para a área fim e retornou à estaca zero. No final, era melhor não ter intervisto. O resultado no final foi pior, levando a uma exacerbação de comportamento e até para a via judicial de minha parte.

Como foi colocado anteriormente, é mais que mão dupla é uma situação complexa na qual as empresa, principalmente as estabelecidas e de grande porte, apesar dos recursos, ainda engatinham. Por exemplo, telefones celulares, e-mails e mídias sociais chegam a reduzir 2 horas de produtividade de trabalhadores de conhecimento. Se enfoca a liderança, mas executivos não aprenderam que liderar nem sempre é possível pelo escritório e que a máxima antiga que de preferir falar a telefonar e telefonar a escrever se mantém para as mídias sociais.

Como disse, as estruturas, ferramentas de gestão e pessoas ainda não estão preparadas. As empresas de porte precisam encarar estes aspectos de forma estratégica e como um todo. As menores e da geração Y, vão aprender com a tentativa e erro. Acreditem com mais erro.

Precisam combinar visão de curto com longo prazo. Precisam entender que práticas fundamentais de hoje podem precisar ser substituídas e outras de amanhã precisam ser testadas hoje. Como está no livro de Collins e Hansen não é necessário mudar e inovar todo o tempo. É preciso que aquilo que se vai inovar seja testado, medido e implementado. Que tenha coerência com o todo e com as pessoas que estão envolvidas.

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