sábado, 19 de janeiro de 2013

Michael Porter faliu? - Deloitte compra Monitor

No outro post critiquei o artigo postado na Fortune, que na verdade mais atacava Porter e seus trabalhos, que justificava a não verdade que "ele" faliu. A Monitor faliu. Aliás, após a crise de 2008, as consultorias ligadas à estratégia é que mais sofreram com a queda de serviços. Não tem a ver com 5 Forças e nem com outros frameworks propostos por Porter, ou por outros experts.
Como disse, gerir uma organização é muito mais que ter um posicionamento. Aliás, Porter, de certa forma dizia o mesmo em seu artigo "o que é estratégia", que foi e é extensamente utilizado por acadêmicos e praticantes. Assim como, os diagramas de atividades deste artigo, que geraram diversos diagramas similares ao da Southwest Airlines, no Brasil com o exemplo da GOL.
Nesta semana que passou foi noticiada a compra da Monitor pela Deloitte. Pelo raciocínio do autor do artigo da Fortune seria um mal negócio. Claro que não foi. A Deloitte, a única das Big 4 que ainda aposta na área estratégica passa a ter a Monitor Deloite, seus 1200 especialistas se juntaram a outros 200 mil da Deloitte.
Michael Porter fez um grande contribuição para a estratégia. Na verdade, tampouco seus frameworks estão abandonados neste mundo tão dinâmico. Eles complementam outras abordagens teóricas ainda com dificuldades práticas como a Teoria baseada em Recursos. A construção do conhecimento muitas vezes derruba conceitos, mas em geral, os conceitos se complementam. Para aqueles que quiserem conhecer de forma resumida a contribuição de Porter e sua influência nos principais congressos acadêmicos brasileiros, recomendo ler http://migre.me/cSVRK

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Os advogados são maus gestores?

Li um conjunto de artigos da revista Fortune, nos quais, comentando que o título pareceria o início de uma piada: porque os advogados são tão maus gestores? As matérias comentam a grande rotatividade dos escritórios de advocacia americanos, num levantamento recente 19%, enquanto que as empresas líderes de outros setores apresentam rotatividade de 2 a 3%. Nos artigos, comentam, também, da não preparação de advogados para administrarem negócios. Também do fato de as faculdade de advocacia, em geral, não prepararem os advogados para serem gestores.

Um primeiro aspecto que me chama atenção, é o pouco conhecimento que temos sobre o funcionamento dos escritórios de advocacia. Eu, pessoalmente, tive a oportunidade de participar durante o tempo como consultor de um escritório. Não notei, como empresa, uma grande diferença para empresas fundadas por empreendedores técnicos. Entretanto, notei algumas diferenças em relação aos advogados.

Me pareceu que os advogados são preparados para vôos solo, o que de certa forma traz alguma semelhança com os médicos. Nas oraganizações de saúde, em especial, nos hospitais, médicos são prestadores de serviço. Nos escritórios de advocacia, pela forma de organização uniprofissional, os advogados são sócios. Também parece que os advogados, como os arquitetos, querem ter seu nome na placa do escritório.

Não me parece que o problema, pelo menos no Brasil, seja somente de gestão, mas da falta do conhecimento, ou do pouco conhecimento (imagino que existam consultores que tenham), da gestão destes tipos de negócios. No Brasil temos exemplos de escritórios de porte como Pinheiro Neto e, poderíamos nos dedicar a conhecer melhor. Vale a ressalva que os advogados, pela própria profissão, parecem ser avessos a mostrarem seus negócios.