domingo, 4 de dezembro de 2011

Perguntas e algumas respostas sobre declínio - Por que estudar o Declínio de Organizações?

Embora muitos autores prefiram estudar o crescimento e o sucesso das organizações, estudar o declínio também é importante, pois sabendo como ele acontece pode ser um grande passo para preveni-lo eaumentar a longevidade das empresas.
O estudo do declínio não tem recebido a devida atenção. A maior parte dos estudos acadêmicos focam suas atenções em empresas de sucesso, parecem reforçar a ideia de que tudo está indo bem, então focam as empresas que são exemplares.
Mas na verdade estudar declínio é mais complicado. Por exemplo, um empresário que passou por uma situação como desse tipo, nem quer lembrar e nem quer falar sobre o assunto.
Fazendo assim um paralelo, o declínio pode ser associado ao ser humano.
O equivalente de um pesquisador estudar uma empresa de sucesso, seria um médico estudando um atleta de alta performance. Neste caso, para descobrir como ele pode ser um superatleta e melhorar ainda mais o seu desempenho. E na questão de você estudar um declínio seria estudar patologias.
Os estudos de ciclo de vida das organizações começaram no final da década de 70 e o estudo de declínio organizacional, que pode ser considerado uma das fases ciclo de vida na década de 80 nos estudos internacionais. Por quê? Porque foi a época em que os Estados Unidos sobretudo, estavam ameaçados pela competição com as empresas japonesas e isso causou um impacto forte nas empresas, e muitas acabaram por declínar.
No Brasil, esses estudos estão decalados de 10 anos e começam timidamente na década de 90. Por que na década de 90? Porque na década de 90 acontece abertura de mercado no Governo Collor. Uma competição mais forte com empresas multinacionais. Empresas globais que estavam mais preparadas para essa competição, enquanto as empresas nacionais não estavam bem preparadas.
A abertura de mercado evidenciou a fragilidade de muitas empresas. E a literatura sobre longevidade empresarial tem mostrado que as grandes empresas brasileiras não conseguem manter a sua capacidade competitiva por um longo período de tempo.
A primeira diretoria da FIESP, que era composta por nove diretores, empresários, mega empresários e entre eles se pode citar Francisco Matarazzo. Mais recursos que Francisco Matarazzo na época, tinham somente a União e o Governo do Estado de São Paulo. Francisco era um representante significativo no PIB nacional e praticamente desapareceu. O que fez um empresário desse vulto não se perpetuarté hoje? Dos nove diretores que compunham a diretoria da FIESP na época apenas um terço prosperou. Esse retrato da indústria brasileira do passado, de grandes empresários com negócios de porte, por si já justificam o estudo do declínio organizacional.

Obs: Este post teve como base entrevista de Fernando Serra e Alexandre Pavan Torres para o programa SC Estado de Excelência comandado por Raimundo Martins.




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