sábado, 24 de dezembro de 2011

Declínio Organizacional e Inércia

O Declínio está relacionado com a capacidade da empresa formular e implementar estratégias que lhe permitam ampliar ou conservar uma posição sustentável no mercado. Mas isso depende muito da liderança.
Uma questão interna do quanto o líder tem uma inércia muito grande pra perceber que as mudanças estão acontecendo ou reconhecer o declínio propriamente dizendo.

 O declínio de uma empresa hoje começou há muitos anos, o declínio da Varig começa muitos anos antes.
Reconhecer o declínio, reconhecer o que está acontecendo, conhecer o contexto de competição, conhecer a própria empresa e conhecer como inovar, como competir no seu ambiente, isso é fundamental para não declinar.
Agora declinei! O que eu faço?
Umas das primeiras decisões a tomar quando em declínio é a troca de quem comanda. A segunda é aumentar o seu mercado (mudança estratégica) ou reduzir o seu custo (retrenchment - normalmente esta última sempre acontece). Então as ações iniciais são sempre muito parecidas e normalmente a primeira ação é uma ação de reentrenchment, são ações de corte redução de pessoal, redução de custos é a primeira ação de você enxugar para depois  potencializar.
Um fator importante que se observa, e que potencializa o declínio é a reação tardia, a inércia na reação da empresa e do gestor. Ele é inerte para perceber o declínio e tem inércia também para reagir.
O problema das causas do declínio são, por exemplo, a inaptidão do líder em identificar o declínio, mas isso vem de muitos outros fatores: falta de capacidade de inovação, falta de capacidade de reconhecer uma mudança de mercado, a sua incapacidade de se adaptar a uma mudança de contexto e de enfrentar uma competição global, por falta de recursos internos por falta de capacitação interna.
Até 84, as empresas tinham uma taxa de declínio menor do que as taxas que dos anos a seguir. O que precisa entender é que a taxa de declínio foi ficando mais aguda. O período de 89 a 92 foi crítico. As empresa declinam quando existe um aumento de competição no contexto nacional pela abertura de mercado. Então os fatores externos influenciam também.

Obs: Este post teve como base entrevista de Fernando Serra e Alexandre Pavan Torres para o programa SC Estado de Excelência comandado por Raimundo Martins.


           

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Declínio Organizacional e Liderança

Mais do que porque razão do declínio é importante entender que é uma verdade inexorável da vida. A ideia de declínio de empresas, ciclo de vidas de empresas é uma ideia biológica ela começou assim mesmo. A verdade inexorável que as empresas como as pessoas nascem e irão morrer.

O que a gente tenta ao longo da vida e as empresas também é melhorar ao longo da vida para que essa vida se prolongue. Então o declínio é uma coisa inerente de qualquer organização, todas as organizações começam, crescem e morrem. E algumas nem chegam a crescer. E a gente tem outros estudos que mostram algumas coisas que também são significativas em relação às empresas brasileiras.
Por exemplo: considerando a empresa familiar que é uma característica do Brasil, a maior parte dessas empresas morre durante o processo sucessório.
A Europa está em crise e os EUA podem entrar. O Brasil, até o momento, está numa situação favorável. Sem dúvida a crise é um momento complicado, pois modifica aumenta a possibilidade de empresas entrarem em declínio. Mas é para dentro da empresa que devemos olhar. Por quê? Porque o gestor é que comanda comanda a organização. Se  está entrando num ambiente turbulento, é preciso  ter no mínimo consciência deste fato.
O fator mais frequente na derrocada de uma empresa é o fator mais difícil de resolver, que é o problema da liderança, do CEO, do empreendedor ou como quisermos chamar. Que é aquele que dita o rumo que diz pra onde vai. Então ele é sempre o responsável maior, ou por ter uma visão miope. Em time que se ganha não se mexe. Com o mercado mudando, a tecnologia está mudando e ele está tentando segurar a empresa dele do jeito que está acostumado. Aconteceu isso com a Ford no início da vida dela todo carro tinha que ser preto enquanto a GM descobriu que as pessoas gostariam de carros de outras cores de outros tamanhos.

Obs: Este post teve como base entrevista de Fernando Serra e Alexandre Pavan Torres para o programa SC Estado de Excelência comandado por Raimundo Martins.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Perguntas e algumas respostas sobre declínio - Por que estudar o Declínio de Organizações?

Embora muitos autores prefiram estudar o crescimento e o sucesso das organizações, estudar o declínio também é importante, pois sabendo como ele acontece pode ser um grande passo para preveni-lo eaumentar a longevidade das empresas.
O estudo do declínio não tem recebido a devida atenção. A maior parte dos estudos acadêmicos focam suas atenções em empresas de sucesso, parecem reforçar a ideia de que tudo está indo bem, então focam as empresas que são exemplares.
Mas na verdade estudar declínio é mais complicado. Por exemplo, um empresário que passou por uma situação como desse tipo, nem quer lembrar e nem quer falar sobre o assunto.
Fazendo assim um paralelo, o declínio pode ser associado ao ser humano.
O equivalente de um pesquisador estudar uma empresa de sucesso, seria um médico estudando um atleta de alta performance. Neste caso, para descobrir como ele pode ser um superatleta e melhorar ainda mais o seu desempenho. E na questão de você estudar um declínio seria estudar patologias.
Os estudos de ciclo de vida das organizações começaram no final da década de 70 e o estudo de declínio organizacional, que pode ser considerado uma das fases ciclo de vida na década de 80 nos estudos internacionais. Por quê? Porque foi a época em que os Estados Unidos sobretudo, estavam ameaçados pela competição com as empresas japonesas e isso causou um impacto forte nas empresas, e muitas acabaram por declínar.
No Brasil, esses estudos estão decalados de 10 anos e começam timidamente na década de 90. Por que na década de 90? Porque na década de 90 acontece abertura de mercado no Governo Collor. Uma competição mais forte com empresas multinacionais. Empresas globais que estavam mais preparadas para essa competição, enquanto as empresas nacionais não estavam bem preparadas.
A abertura de mercado evidenciou a fragilidade de muitas empresas. E a literatura sobre longevidade empresarial tem mostrado que as grandes empresas brasileiras não conseguem manter a sua capacidade competitiva por um longo período de tempo.
A primeira diretoria da FIESP, que era composta por nove diretores, empresários, mega empresários e entre eles se pode citar Francisco Matarazzo. Mais recursos que Francisco Matarazzo na época, tinham somente a União e o Governo do Estado de São Paulo. Francisco era um representante significativo no PIB nacional e praticamente desapareceu. O que fez um empresário desse vulto não se perpetuarté hoje? Dos nove diretores que compunham a diretoria da FIESP na época apenas um terço prosperou. Esse retrato da indústria brasileira do passado, de grandes empresários com negócios de porte, por si já justificam o estudo do declínio organizacional.

Obs: Este post teve como base entrevista de Fernando Serra e Alexandre Pavan Torres para o programa SC Estado de Excelência comandado por Raimundo Martins.