domingo, 28 de agosto de 2011

A importância do CEO - Steve Jobs "se aposenta"

Muitos autores comentam da importância do líder. Outros ressaltam a importância da gestão intermediária, sem a qual a empresa não chegaria a qualquer lugar. Em meus trabalhos e de co-autores, acreditamos que tanto o Top Management como os Recursos Humanos, em conjunto com outros recursos organizacionais, fazem  parte de um todo. Mas aqui o importante é ressaltar que ainda as empresas, seja para o sucesso ou insucesso, estão muito dependentes das decisões de rumo de poucos, os top managers, especialmente os CEOs e que se desdobram por toda a organização pelas mãos dos gestores intermediários.

Faz pouco tempo, um artigo meu, intitulado Os 4 Pilares da Estratégia, cuja versão acadêmica é a base da minha pesquisa, argumenta que um dos quatro pilares são os Top Managers, em especial, o CEO. Pode ser visualizado no site www.stratscience.com.br.

O fato é que na maior parte das empresas, ligado ao momento de sucesso existe usualmente um CEO e seu grupo de executivos de topo. Isto aconteceu nos períodos ureos da Coca Cola no passado, na GE, na Bunge, na Microsoft e na Apple. Steve Jobs um dos fundadores da empresa, retornou e tornou-a um ícone de inovação. Agora, com cancer se afasta. A questão que fica é se Tim Cook apontado como sucessor de Steve Jobs será capaz de dar seguimento ao seu legado. Sobretudo, porque ao longo dos anos, mesmo doente, Steve Jobs tem sido o protagonista das principais ações relacionadas às criações da Apple, não deixando claro que tenha preparado um sucessor. Tim Cook é o oposto de Jobs e o fato de estar desempenhando como CEO e tocando adequadamente a empresa, não garante que a Apple continuará a ser inovadora e focada em desenvolver para o futuro.

Agora temos que observar, talvez durante alguns anos ou até uma década, se a empresa está preparada para enfrentar o futuro sem Jobs. A sucessão é um momento delicado da empresa. As empresas nascem, algumas crescem, mas todas estão fadadas a perecer, mais cedo ou mais tarde. Em grande parte a sucessão tem sido apontada como um grande desafio, pois em grande parte dos casos tem levado a resultados negativos. Veja mais no link http://youtu.be/SNgzURlc9LI.

Diversos trabalhos sobre CEOs, mesmo o acadêmico dos 4 pilares e sobre declínio podem ser visualizados no site do centro de investigação GlobAdvantage (www.globadvantage.ipleiria.pt).





quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Liderança Efetiva

Dave Ulrich, sem dúvida um dos mais reconhecidos pensadores em
liderança e pessoas da atualidade, esteve conosco na HSM
Educação, com seu parceiro e co-autor Norm Smallwood. Estiveram num grupo de foco com investidores para verificar como avaliavam a liderança nos negócios em que investem.




Antes no entanto, comentou como resumir liderança em alguns minutos.
Como resumir uma liderança efetiva? A foto a seguir, de um de nossos quadros, escritos pelo prórpio Ulrich, resume a liderança efetiva.




Se baseia na “equação”: liderança efetiva = atributos x resultados. Ou seja, a efetividade de um líder vai além da demonstração de liderança, como caráter e competências, pois líderes efetivos alcançam resultados. Os atributos da liderança, ou proficiência pessoal, se ligam: 
- ao seu talento pessoal (valores, liderança pelo exemplo, possuir e criar uma imagem positiva, mostrar integridade e capacidade para aprender com seus erros e com os demais);
- na capacidade de establecer uma estrategia (estabelecer uma visão, ter noção da realidade que enfrenta e enxergar a mudança como uma oportunidade);
- em ser capaz de executar a estratégia que se propõe (infraestrutura, equipes etc);
- em integrar capital humano (dirigir emoções, gerenciar o foco, compartilhar poder e autoridade e construir relações colaborativas).

Os resultados que deve ser capaz de entregar, devem ter impacto nos funcionários (capital humano; satisfação dos funcionários) e consequentemente nos resultados organizacionais (aprendizagem e inovação). Também deve apresentar resultados ligados ao encantamento de seus clientes alvo, assim como, ai seus investidores, garantindo-lhes valor econômico e fluxo de caixa adequado.
Uma fórmula tão simples e tão difícil de executar. Mais que isto, difícil de encontrar líderes assim. Em parte dos comentários dos investidores participantes, eles acreditam que 5% dos líderes de novos negócios são capazes de ser assim. Crêem também, que o ciclo de vida da organização, conjugado com outros desafios, exigem líderes efetivos com diferentes perfis.

Por mais que aprendamos sobre líderes e efetividade na gestão, cada vez mais nos apercebemos da complexidade das organizações e do seu gerenciamento em novos tempos em que produtos e mercados não são por si geradores de vantagem competitica, mas a capacidade de adapatação e geração de novos produtos e reinventar seu mercados.

domingo, 7 de agosto de 2011

Estratégia no Novo Século: conhecimento, aprendizagem e inovação

Recentemente eu, o Prof. Manuel Portugal Ferreira do IPL (Portugal) e a Prof. Samie Vanz da UFRGS desenvolvemos um estudo bibliométrico de referências dos artigos de estratégia do principal periódico acadêmico da área, o Strategic Management Journal.

Sem entrar nos detalhes técnicos de um estudo bibliométrico de co-citação, realizamos este estudo no período de 2001 a 2007. No estudo são verificadas as referências predominantes e como são citadas entre si.

Fizemos uma descoberta interessante. No mapa que montamos um conjunto de teorias de estratégia prevaleceu, foram as abordagens ligadas à visão-baseada em recursos, competências e capabilities. Nestas abordagens a vantagem estratégica das empresas estão relacionadas aos recursos organizacionais que possuem e suas capacidades. Estes recursos podem ser tangíveis como equipamentos, prédios e dinheiro. Ou mais difíceis de copiar como marca, processos, capacidade de gestão etc.

O mais interessante é que os trabalhos relacionados a estas teorias estavam relacionados a outros ligados a conhecimento, aprendizagem e inovação.

Assim, inferimos que as empresas na visão acadêmica, em função do encurtamento do ciclo de vida dos produtos e mercados, buscam vantagens internas de conhecimento e aprendizagem para gerar inovação.

Outros nomes de referência, experts internacionais de estratégia pensam da mesma forma, o finado CK Prahalad insistia na necessidade de focar também nas next practices, como Vijay Govindarajan argumenta do equilibrio entre a estratégia de curto prazo e a inovação da estratégia.

Será que saímos da era da informação e do conhecimento para um novo tempo em que a partir destes a adaptação e inovação se viabilizam?